“Os Sertões” de Euclides da Cunha | Filme e livro

📖 Publicado em 1902, Os Sertões, de Euclides da Cunha, permanece como uma das obras mais contundentes da literatura brasileira. Mais do que um relato histórico, trata-se de uma análise profunda das contradições que moldam o país — entre o litoral e o interior, entre o progresso e o abandono, entre a razão positivista e a força do misticismo popular.

A obra nasce da experiência direta do autor como correspondente do jornal O Estado de São Paulo, durante a campanha militar contra o arraial de Canudos, liderado por Antônio Conselheiro. O que inicialmente parecia ser uma missão jornalística transformou-se em um testemunho da barbárie institucionalizada. Euclides assiste ao massacre e, ao retornar, escreve um livro que é ao mesmo tempo denúncia, estudo geográfico, ensaio sociológico e crônica de guerra.

🌵 Dividido em três partes — “A Terra”, “O Homem” e “A Luta” — o texto constrói uma narrativa que parte da descrição do ambiente físico do sertão nordestino, passa pela caracterização do sertanejo como figura histórica e culmina na análise da guerra de Canudos como expressão máxima da incompreensão entre o Brasil oficial e o Brasil profundo.

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🎬 A adaptação cinematográfica de Os Sertões, “Guerra de Canudos”, dirigida por Sérgio Rezende, oferece uma leitura visual da obra, condensando sua complexidade em imagens que evocam tanto a brutalidade quanto a resistência. Embora não substitua a leitura do texto original, o filme pode servir como porta de entrada para quem deseja compreender a dimensão simbólica e política do episódio.

Os Sertões não é apenas um livro sobre o passado. É um espelho incômodo do presente. Ao revisitar essa obra, somos convidados a refletir sobre o país que ainda insiste em repetir seus próprios erros — e sobre os silêncios que continuam a ecoar entre as rachaduras da terra…

Livro:

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Download via (Domínio Público)

Filme:

Direção: Sérgio Rezende | Ano: 1997 | Duração: 170 minutos

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